31 de janeiro de 2011

Um amigo!

Um dia de sol brilhante,
um dia de cinzento escuro,
e tu estavas lá sempre
de mão forte estendida,
que firmemente me segurava
mostrando-me os caminhos
que teimava em não querer seguir!
Limpaste as lágrimas
que me fugiam dos olhos,
abriste o meu coração
e plantaste a esperança
mas na dor
eu não via, nem acreditava!
Como um anjo,
caminhaste sempre a meu lado,
guiando-me os passos
numa derradeira tentativa
de me fazeres ouvir
o som das ondas do mar,
o som do vento,
que sussurrava ao longe…
Suavemente…
curaste  as feridas do meu rosto
com teu sorriso encantador
e mostraste-me o azul do céu
espelhado em teus olhos
mas eu não via, nem queria ver!

29 de janeiro de 2011

Escrever...

Escrever para mim não é juntar letras apenas, é deixar os sentidos falar mais alto, é deixar que os sonhos que me habitam se libertem e sigam o seu caminho, é soltar-me ao vento sem direcção certa, é amar a tudo sem regra, sem limites, sem julgamento, sem imposição. Escrever é ser capaz de voltar a ser criança depois das lambadas da vida me ensinarem a ser dura, a construir muros em vez de laços, e depois das lições que aprendi ainda conseguir olhar de frente, cara a cara, o infinito, o abismo, a solidão… sem que estes me engulam e me dominem. Escrever, é ser solitária mesmo quando estou acompanhada em todos os minutos, mesmo quando alguém julga entender-me, será sempre um acto isolado da alma, que grita e não quer permanecer encerrada dentro de si. Escrever são os raios de sol que me entram pelos olhos dentro, são os cheiros das flores do mato que me invadem o corpo, são as sensações que a natureza provoca em mim de cada vez que ela me mostra a sua força imperativa, a sua grandiosidade, são os sorrisos que se abrem nos meus lábios ao observar o simples voo de uma borboleta. Escrever é tudo o que faço na vida, nas palavras que me compõem e descompõem, nas que me formam ou não, nas que eu agarro no ar, e nas que me fogem de vista. Escrever é a minha alma que fala como mensageira do universo!

27 de janeiro de 2011

Pelo caminho da saudade...

Na beira da estrada,
a alma grita em agonia
desassossegada,
pela ausência, pela falta…
Do acetinado toque dos teus dedos
que em silêncio se entrelaça ternamente,
que desenhando novos traços curvilíneos,
terminam num abraço que reconforta!
Perdida no brilho do teu olhar puro e doce,
que toca o meu coração de mansinho,
percorre cada canto do meu corpo
um singelo arrepio inimaginável!
E num assalto inesperado de desejo
a tentação invade o caminho da imaginação
ao escutar um sussurro leve e suave
cantado baixinho ao ouvido,
onde de olhos fechados,
ecoa como uma melodia sem fim!
Explodem sorrisos intensamente partilhados!
Embriaga-se o espírito na fusão das memórias
das emoções conhecidas e desconhecidas
que se fundem em suspiros de ternura!
E é como um raio de sol,
que acaricia uma manhã de primavera
o som da lembrança profundamente sentida
do calor daquele beijo demorado
que como por magia acordou todos os sentidos
unindo os corpos e as almas!

24 de janeiro de 2011

Nua de mim (ti)!

Ancorado à beira mar, amanheceu frio,
este coração saudoso de ti!
Pedi ao deus Oceano que me devolvesse
a tua presença, as tuas palavras
a tua força, o teu calor...
que enchem e preenchem os espaços vazios
que me habitam, sem que possa resistir!
E na alvorada da manhã, embrenhada na areia
senti os teus passos em mim
que avassaladoramente se apoderaram da alma
que se encontrava só…
e assim me perdi no aconchego do teu regaço
que me envolveu num abraço sem pressa!
E no assobio do vento
ouvi a tua voz murmurar segredos,
palavras de encantar,
suspiros em forma de melodia,
cheias de sonhos, delírios insanos…
e todo o meu corpo foi invadido
por uma onda gigante de carícias e ternuras infinitas
como um embalo suave e doce,
de um pássaro esquecido que voa lá no alto
lutando entre as correntes de ar!
E sem direcção certa, as palavras fugiam
os silêncios falaram mais alto,
e lá estavas tu, naquele lugar escondido,
onde passeio nua de mim,
onde apenas as sombras me fazem companhia,
e lentamente…
o vento se acalmou
e em mim apenas existias tu!

21 de janeiro de 2011

Aquele abraço!

"De repente deu vontade de um abraço…
Uma vontade de entrelaço, de proximidade…
de amizade… sei lá…

Talvez um aconchego amigo e meigo,
que enfatize a vida e amenize as dores…
Que fale sobre os amores,
seja afectuoso e ao mesmo tempo forte.
Deu vontade, de poder ter saudade de um abraço.
Um abraço que eternize o tempo
e preencha todo espaço…
Mas que faça lembrar do carinho,
que surge, devagarinho,
da magia da união dos corpos,
das auras… sei lá.
Lembrar do calor das mãos,
acariciando as costas a dizer:
- Estou aqui!
Lembrar do enlaçar dos braços,
envolventes e seguros,
afirmando: – Estou com você!
Lembrar da transfusão de forças,
ou até da suavidade do momento… sei lá…
Então, pensei em como chamar esse abraço:
abraço poesia, abraço força, abraço união,
abraço suavidade, abraço consolo e compreensão,
abraço segurança e justiça, abraço verdade,
abraço cumplicidade?
Mas o que importa é a magia deste abraço!
A fusão de energias, que harmoniza,
integra o todo e se traduz no cosmos,
no tempo e no espaço…
Só sei que agora deu vontade desse abraço.
Um abraço que desate os nós,
transformando-os em envolventes laços.
Que sirva de colo, afastando toda e qualquer angústia.
Que desperte a lágrima de alegria,
e acalme o coração…
Um abraço que traduza a amizade,
o amor e a emoção….
E para um abraço assim,
Só consegui pensar em você!
Nessa sua energia,
nessa sua sensibilidade,
que sabe entender o porquê,
dessa minha vontade.
Pois então:
Dá logo este abraço!"

Macedo Junior

19 de janeiro de 2011

Em busca de ti!

No silêncio...
Procuro-te por entre vozes em fúria,
traço ilusões neste instante
de solidão sentida
onde as lágrimas arrastam as saudades
de novamente ser…
Procuro em mim, o resto de ti!
Que deixaste plantado
ao longo dos dias do passado
trilhado pela musica da vida!
Onde as rugas reflectidas
num qualquer espelho perdido no tempo
me mostram que não sou mais eu…
Na contemplação infinita das horas,
nesta busca incessante de ti...
Anseio tocar-te de novo
desejo aquecer-me nesse corpo inerte,
quieto no fundo da sala,
beijar cada canto sombrio da alma
e num consolo desmesurado
matar o vazio que se agiganta
em turbilhão e que me povoa
os pensamentos...
as emoções...
a mente...
e transforma a alegria em dor!
No arrastar pesado da vida,
olho-te uma vez mais,
o vejo um semblante mal desenhado
que acorrentado a ti
naufraga nas tormentas que se avizinham,
aquelas que me trespassam
o ser todos os dias
sem deixar que a alma se solte
e pare para respirar!
Virá o dia!...
Em que a luz penetre em ti
e me volte a iluminar o olhar
e no rosto plantar um sorriso de esperança,
e não mais me deixe só...
nesta dor que se alimenta
da escuridão!...

18 de janeiro de 2011

A vida é uma constante!

“Algumas vezes,
o esforço é justamente o que precisamos em nossa vida.
Se Deus nos permitisse
passar através de nossas vidas sem quaisquer obstáculos,
ele nos deixaria aleijados.
Nós não iríamos ser tão fortes como poderíamos ter sido.
Nós nunca poderíamos voar.
Eu pedi forças...
e Deus deu-me dificuldades para fazer-me forte.
Eu pedi sabedoria...
e Deus deu-me problemas para resolver.
Eu pedi prosperidade...
e Deus deu-me cérebro e músculos para trabalhar.
Eu pedi coragem...
e Deus deu-me obstáculos para superar.
Eu pedi amor...
e Deus deu-me pessoas com problemas para ajudar.
Eu pedi favores...
e Deus deu-me oportunidades.
Eu não recebi nada do que pedi...
mas eu recebi tudo de que precisava”
Autor Desconhecido

17 de janeiro de 2011

Caminhando sozinha...

Sensações, sentimentos contraditórios de vazio, tristeza, perda, solidão… embrulham-me a alma que se desnuda ao cortar as correntes do passado em busca de uma nova aurora, trilhando um novo caminho... morro a cada minuto, e no entanto, sinto-me a renasçer no meio da desilusão, onde o corpo cansado de lutar parece já não servir ao novo espírito que está a habita-lo... como se este perecesse junto com a morte de um ciclo que terminou para dar lugar a algo maior, mais grandioso. E pesa esta sensação de liberdade, de largar definitivamente as correntes que me prenderam ao passado, ao que já não faz sentido dar continuidade… e a alma, só... cala os gritos ensurdecedores do Ego que estilhaçam o espírito revoltado, zangado, furioso... consigo mesmo, e com o mundo. E dando os primeiros passos talho na ardósia da vida uma nova era com a tinta que me sai dos dedos e me chega do olhar distante, perdido no horizonte ténue do futuro ainda por construir... um olhar embaciado pelas lágrimas que escorreram face abaixo, e que agora secam e não mais impedem o vislumbre da luz, do sol nascente...

14 de janeiro de 2011

Uma ferida que doi!

Um sonho…
Sonhado
vivido
cantado
terminado!
Rasgado pelo tempo!
Desfeito pela ilusão!
Jogado ao vento!
Perdido
entre os dedos
como areia fina…
Calado para sempre!
Fechado
nas entrelinhas das palavras…
Proferidas
doridas na alma
confessadas
arrancadas sem pudor!
Expostas como uma ferida
aberta
massacrada
pisada
a frio
sem dó nem piedade
e sem anestesia!
Um grito que se libertou!

10 de janeiro de 2011

Beijo que toca...

Toco levemente o ar que respiro…
Solto um suspiro profundo…
De reacção ao toque aveludado
das tuas palavras no meu corpo nu…
Um grito surdo nasce no fundo da alma!
E eleva-se num arrepio infinito
produzido pelos sons do teu sentir
que se mistura no meu!
Solto o coração ao vento…
E percorro caminhos desconhecidos
pisando sentimentos sublimes
que brilham em pedaços de felicidade
num anseio desmedido de te amar…
Num desvairo da mente…
Alcanço o céu, as estrelas
A lua que rasga o negro do céu
E abandono-me…
ao desejo crescente de te pertencer!
E num tímido toque de dedos…
Que suavemente desliza pelo olhar
Dois corpos se unem
E se tocam num beijo apaixonado…

4 de janeiro de 2011

Quero ser!

"Quero ser o teu amor amigo.
Nem demais e nem de menos.
Nem tão longe e nem tão perto.
Na medida mais precisa que eu puder.
Mas amar-te sem medida e ficar na tua vida,
Da maneira mais discreta que eu souber.
Sem tirar-te a liberdade, sem jamais te sufocar.
Sem forçar tua vontade.
Sem falar, quando for hora de calar.
E sem calar, quando for hora de falar.
Nem ausente, nem presente por demais.
Simplesmente, calmamente, ser-te paz.
É bonito ser amor amigo, mas confesso é tão difícil aprender!
E por isso eu te suplico paciência.
Vou encher este teu rosto de lembranças,
Dá-me tempo, de acertar nossas distâncias..."

Fernando Pessoa
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