O misterioso encontro do olhar… directo, insistente, profundo…
Inocente provocação, insana indolência das portas do céu!
Abre-se o caminho incauto aos acordes seguintes
A devassidão da mente convida à dança… num jogo de sedução!
O olhar une… os sussurros soletrados em beijos ao ouvido
Embriagam o desejo ardente de querer mais, e mais...
Despe-se a vergonha no caminho que vai do ouvido à boca
E silenciam-se os gritos da vontade suprema de possuir.
Na sombra da noite contornos perfeitos de dois corpos nus.
Despidos das vestes… de preconceitos e pudores.
E ao som da música que toca sem cessar
É impossível travar a sofreguidão com que o anseio do toque avança
Aquele que cega e intensamente é sentido na ponta suave dos dedos…
Desenham-se círculos de prazer em perfeita sintonia
Arrepia-se a pele ao toque… lânguido, frenético das mãos, da língua
Que demoradamente percorre cada recanto, cada curva
Cada concavidade do corpo celeste, enterrando-se entre os quadris.
Soltam-se gemidos que rasgam os vazios do silêncio!
Em leves marcas, se acorda o gosto do perfume exalado
Disperso pelo espaço que os envolve e abraça.
Entre corpos rendida, a respiração cresce desmedida
Em espasmos ofegantes, numa onda de carícias de calor intenso
E do interior do ser… liberta-se toda a pureza das almas!
…
Plácida tranquilidade do sonho, onde se cruzam…
Os cinco sentidos… despertos pela luxúria e o amor!