Just me
"Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana" Carl Gustav Jung
15 de fevereiro de 2016
Saudades....
Há dias assim...
Em que a lágrima cai no silêncio das horas...
Em que tomba no chão e se faz eco na alma.
Há lugares onde se escondem as dores
Soterradas de sorrisos, pintalgadas de laços desfeitos em abraços...
Há destinos trocados, cruzados no etéreo do céu de onde brotam pedras de gelo picado...
Há pedaços amargos engolidos com saliva e sofucados pela mão da saudade...
Há.... Há dias assim...
27 de agosto de 2015
Pequenos grandes momentos...
"Pequenos momentos mudam grandes rotas"
Lá está....
Por isso guardo pequenos momentos mágicos....
Fazem-me sorrir...
Sei lá...
Um dia...
Quando o tempo se enrugar...
Nas noites frias de inverno vou aquecer-me de lembranças...
E quando o corpo já não tiver força...
Os lábios esboçarão um sorriso...
Que iluminará o mundo!
Lá está pequenas coisas...
Perdidas, sentidas na memória...
29 de abril de 2015
Vadia... a alma!
Vadia pelas ruas, alma solitária e só...
Cruzadora dos tempos, do infinito ser de além mar...
Olhares transbordados na estrada da vida...
Danças solitárias, no rumo de encantar...
Avanços, recuos... solidões alimentadas...
Vagueando pelo sonho, correndo na fantasia de ser...
Amando os sorrisos, da cor do arco-iris...
Voando, voando...
Caçando a vida, borboletando pelo mar...
E no azul do mar, sentindo o vendo...
Pelas pétalas das rosas desfolhadas...
Botões desabrochados em mil cores de algodão...
Vagueia assim a alma... vadia de si mesma!
8 de novembro de 2014
Palavras!
Palavras caladas
no silêncio das noites cinzentas
onde mora a saudade...
Palavras sentidas
no ruído dos dias ensolarados
onde moram os sorrisos do sons encantados...
Palavras que doiem
jogadas entre o medo e o desejo
do passado inacabado...
Palavras que alegram
trocadas num olhar distante
cheias de vazio e vazias de tudo...
Palavras faladas
num sussurro suspirante, abrupto
apenas tocado pelo coração...
Palavras cantadas
chegam de longe à nossa boca
dançando no embalo parado da alma...
Palavras escritas
tão nossas, e tão silenciosas
perdidas no vento da fantasia e ilusão…
no silêncio das noites cinzentas
onde mora a saudade...
Palavras sentidas
no ruído dos dias ensolarados
onde moram os sorrisos do sons encantados...
Palavras que doiem
jogadas entre o medo e o desejo
do passado inacabado...
Palavras que alegram
trocadas num olhar distante
cheias de vazio e vazias de tudo...
Palavras faladas
num sussurro suspirante, abrupto
apenas tocado pelo coração...
Palavras cantadas
chegam de longe à nossa boca
dançando no embalo parado da alma...
Palavras escritas
tão nossas, e tão silenciosas
perdidas no vento da fantasia e ilusão…
Palavras apenas...
7 de novembro de 2014
Murmúrios de Outono!
É no silêncio que a folha cai, e voa silenciosa...
Se dá e solta da vida, perde-se no emaranhado das folhas caídas!
É no silêncio que o grito de que sou feita se faz voz!
Se agiganta e canta a melodia mais bela...
É de olhos fechados que a vida acontece, e se refaz!
Que a folha balança e morre...
É no inverno da estação, de cores púrpuras e lilás que o regato fala!
O gato foge pela janela em busca do calor dos pedaços de lenha...
É assim, quieta no silêncio que o vento assobia: quero-te aqui!
Enrolado do meu lado, desenhando a paz em melodias sem fim...
É em tons de gracejo que o galo canta a aurora...
Que se refaz no por do sol de inverno!
Enchendo o silêncio depois de dentro dele te perderes!
É assim...
11 de março de 2014
Voa!
Nas asas do tempo!
Em florestas cinzentas desvairadas pela irreverência do ar…
Cozendo as brechas de tinta que se soltam do coração!
Planando pelas folhas da inspiração
Dormindo ao relento, entre as tuas mãos
Como amo saborear-te por dentro…
Percorrendo labaredas verdejantes do arco-íris plantado na
alma!
De um pássaro caído, fingindo a sua morte…
Lançando os suspiros da esperança em raízes profundas
Cavadas nas montanhas do além-mar, das estrelas…
Da lua resplandecente e brilhante que me ilumina o olhar!
Voa, voa alma solitária… e traz do tempo do futuro
A luz do olhar nascido em terras distantes!
Voa! Voa!...
24 de outubro de 2012
Palavras...
Jogadas ao vento...
As que me nascem na ponta dos dedos...
As que me mordem a língua com vontade de sair...
As que me amarram o corpo em devaneios...
As que me prendem a alma ao chão...
As que se perdem na solidão da noite...
As que se enamoram em arrepios ouvidos...
As que se transformam em carícias...
As que pintam um arco-íris no olhar...
As que encantam o olhar inocente...
As que pintam um arco-íris no olhar...
As que encantam o olhar inocente...
As que nos fazem viajar num mundo encantado...
As que tocam levemente o corpo do ser profundo...
As que vão do desejo sonhado à ilusão real...
As que partem muros construídos...
As que partem muros construídos...
As que se ouvem em silêncios mudos...
As que choram de saudade...
As que cortam o coração em pedaços...
As que choram de saudade...
As que cortam o coração em pedaços...
As que encarceram a alma...
As que rasgam o vazio dos sonhos...
... com dor e amor!
7 de julho de 2012
Um dia...
Um dia a minha mão deslizará novamente no teu rosto
Os meus lábios beijarão os teus, loucos de paixão
Um dia o meu olhar fundir-se-á no teu
Seremos estrelas perdidas num amor rendido
Seremos nuvens, seremos sol, seremos a serenidade
Do por do sol no fim de uma tarde de verão
Um dia os dias serão noite, e as noites dias iluminados
Onde a razão deixará de criar ninhos de dúvidas
Onde a dor deixou o seu rasto marcado
Onde um dia a loucura das ventos pairou infernalmente
E destruiu todos os sonhos, as esperanças, as ilusões
Um dia as constelações vergar-se-ão à beleza das searas
Amarelecidas pelo calor do sol, tocando levemente a luz do luar
Meu corpo será só teu, em tracejados suaves
Arrepios sentidos em toques partilhados
onde a alma conjuga o verbo do amor
onde a alma conjuga o verbo do amor
Um dia seremos verão e inverno, na eternidade perdida
Um dia o silêncio dirá tudo…
As palavras deixarão de fazer ruído
Os toques, os olhares, os sorrisos eliminarão as sílabas
Suadas em gemidos lânguidos, estremecidas pela paixão
E tudo fará sentido, escrito em pedaços de seda
Um dia a minha mão desenhará as palavras que hoje calo…
22 de abril de 2012
Sonho(te)...
Sonho irreal e impossível…
Toque infindável da minha mente dorida, cansada…
De ser o espinho retorcido nesta busca
Incessante de um caminhar errante, sempre mais próximo de ti…
Onde um dia o branco alvo me enfeitiçou
Se corrompeu, profanou, para todo o sempre…
Lamentos se quebram nas constelações celestes
E a mente corre desenfreada por entre vazios
Sinuosos de um desejo tardio, almejado
Pelas cinzas da memória, onde um dia trajou de preto
Minha mão na tua, incandescente toque doce
Qual atracção irresistível! Qual melodia cantada por anjos e
arcanjos!
Canta(me)!... Em sussurrros baixinhos…
Palavras t(r)ocadas pela língua do desejo
Palavras cruzadas no veneno vivo da melodia
Ansiosa, translúcida, esfomeada…
Expectante desse beijo puro que guardas para mim
Recitada pela inquietude da alma… escarlate
Toca-me!... Provoca-me!...
Veneno puro dos meus sonhos! Tentação desmedida de pureza
Guardada no porão do
esquecimento…
Entrego-me ao silêncio profanado pelos teus olhos
Qual espada impiedosa que me penetra o ser
Lânguido, lascivo… esperando o teu acordar
Da seiva que me percorre as entranhas
Perdida na (in)sanidade da escuridão que declamas…
Vinde! Pousar suavemente esses dedos aveludados
Neste espectro adormecido, esquecido na inocuidade dos
tempos
Mata-me de um só golpe e faz-me renascer entre as tuas
pernas
Dentro dos teus braços, como eras enredadas e nascidas no
Éden
Nesta vontade voraz de pertencer(te), desejo (in)finito de
ser(te)
Onde me perco, e bebo de ti…
12 de março de 2012
Veneno mortal!
A luz difusa da lua desenha…
Sombras no soalho gasto, riscando de prata o mar
Corpos molhados saídos do banho
Enrolados na toalha perdida num salão de prazeres…
Corpos que se olham, aproximam, descobrem
Suspiros soltos no ar… numa sala vazia
Olhos que se fecham e tocam num abandono embriagante
Num tapete enrugado, testemunha transparente do amor
Peles arrepiadas que se roçam, apertam e desejam
Dedos que se passeiam, bocas sedentas de amar
Dança ritmada que desperta a luxúria
Vontade voraz de fusão… adormecida
Entre os pingos de água que caiem no chão…
Amante silencioso do desejo
Sugado entre as unhas que riscam a pele
Molhada de suor, línguas que se encontram
Saboreiam, consomem desejos latejantes
Alimentam gemidos (des)controlados, alucinados
Olhares que se unem, em corpos penetrados
Jogo de forças divididas, partilhadas
Em toques percorridos em silêncio
Tremores afogados em orgasmos repetidos
Galopados em (des)compassos fortes, firmes
Bailado sem fim, perdido entre suores e salivas
De um amor ansiado, desejado, urgente
Tecido nos sonhos, nas fantasias de olhos fechados
Bocas que se trocam em prazeres, de corpos abandonados,
Cúmplices, esmorecidos em explosões finais
Dessa mistura de veneno mortal
23 de fevereiro de 2012
Sonho (im)perfeito!
Embriaguez cortante de amor em vão
Talhada em ti, na ponta dos meus dedos
Afogada nas lágrimas em desespero
Corro, quebrando feitiços, atravessando pontes
Vencendo medos, ingerindo venenos
Sem ti… sozinha
Dançando no negro das horas por vir
Enamorada pelo feitiço do teu olhar
Num beijo perdido no infinito…
Agarrada às esperanças desenhadas pela tua mão
Leves carinhos na minha face sofrida
Mãos que afagam a lágrima que escorre lentamente
Puro deleite em submissão de corpos
Luz que encandeia o olhar meu
Soterrado no teu sagrado e belo corpo
Moldura da alma perfeita, aquela que foge ao meu toque
Ao meu veneno, ao meu deslizar sombrio
Da boca que te oferece desejo ruborizado
(En)Canto melodioso gravado em acordes de cetim
Trocas de cicatrizes, misturas e fusão de cheiros…
Entranhados na memória, aquela que perfizemos um dia
Na sombra do sol...
Promessas…
Semeadas em traços rectos, em contra curvas delineado
De sonhos quebrados, de barreiras derrubadas
Constantes dores mastigadas pelo destino
Numa avalanche sem fim!
23 de janeiro de 2012
Doce pecado!
Segura-me na mão, sedução escondida do desejo!
Rosas oferecidas, de espinhos sangrados
Flutuo ao sabor das tuas palavras, anseios, pensamentos...
Ah! Sorte prometida na loucura da eternidade!
Incesto de união imortal, aquela que me aperta a alma...
Um encontro prometido pelo teu olhar
Portal de um mundo utópico, de uma só cor
Negro, como a noite que nos envolve nos braços
Desse desejo (in)finito de te tocar, levemente...
Choram as vozes da (in)consciência, da razão ou da loucura...
Alternam-se os pedidos aos deuses, desse mágico
Murmurar silencioso de toques incompreensíveis ao comuns mortais...
Shssss...
Sopra o vento ao meu coração, a tua canção esquecida...
Perdida no tempo da inocência, aquela que se perdeu na morte
Onde as vozes da noite suspiram pecado...
Perdida nas sombras do teu sonho!
Doce veneno que me percorre as veias!
Dá-me a mão, aquela que não mais largarei no tempo
Esse que nos embala os dias, de trocadilhos insanos
Palavras coladas ao céu da boca, onde nascem as paixões
De sonetos encantados pelo amor... translúcido nesse olhar teu
Mistura de inocência e fogosidade de menino
Esse misto de homem que encanta e atrai, numa armadilha enredada
Nas malhas obscuras do sonho perdido!
22 de dezembro de 2011
11 de dezembro de 2011
Floreados do teu(meu) amar...
Corpo vil, anal conjugado do verbo amar…
Abraços pendurados nas palavras vadias, amantes em êxtase
Furores ardentes perdidos entre gemidos e gestos
Provocantes, enrolados, aninhados na fogueira da mente
Escondida de mim (ti) na sombra virgem dos
Amantes cúmplices em silêncio, como leves beijos…
Pousados em meus lábios, onde tocas levemente com as palavras feridas
Inocentes armas de arcanjo, num beijo mortal transformado…
Bailado ancestral do devir dos caminhos cruzados
Na esfera empírica de uma dimensão platónica do ser
Onde combatemos olhares e trocamos gestos na magia celestial
Rasgas as vestes desses muros altos, embrulhados em cetim vermelho
Ventre meu, que te recebe e acolhe, entre (a)braços apertado…
Buscas-me nos teus vazios, na dança imaginária da saudade
Onde sentes uma faúlha do fogo incandescente
Que me(te) veste as profundezas da alma
Aconchego-te o rosto entre estas mãos de palavras desenhadas
Pelo ar que respiro em ti, nesse perfume embriagado por cada poro teu
Como pétalas douradas, penetrado nos meus recantos mais longínquos
Onde habitam(s) apenas, e só… recortes (in)certos
De um sonho de mulher encerrada nesta pele que respira ousadia
Provocação insana descoberta pelos lençóis da luxúria
Escrevo-te na palma das mãos com a ponta dos meus dedos
Onde deslizo na penumbra da noite…
Confesso! Palavras insuficientes para descrever os gritos dos gemidos
Que percorrem a noite aveludada dos sonhos
Nesse visceral deleite enrolado no enlace das almas
E bebo desse veneno cristalino, adocicado pelas vestes do desejo
Poesia acesa na ponta dos dedos
Estes que te cobrem de poemas, na madrugada
Onde se perdem em arrepios, na timidez dos dias
Envergonhados pelo rubor da paixão
Corpos esculpidos e talhados pelo formão do tempo
Como o vento subindo as janelas e contornando as pinturas já gastas
Pela erosão do temporal lânguido de um dedilhar
Rendilhado, lambido pelo rubor encantado dos corpos nus
Esgrimindo a latência do despontar desejo de me perder em ti!
17 de novembro de 2011
Mentiras (ir)reais!
Circulo…
Neste bailado entre o sagrado e o profano
Caminhando lado a lado em cima de um muro
Estreito, esguio, frágil… arame farpado do destino
Enrolado nas nossas mentes, rendilhado de espinhos
Vontades puras, incandescentes, cadentes…
No torpor dos desejos e anseios (ir)reais
Sinto-me desmaiada, nesta dormência cansativa
Das vozes, no meio da tua, delicada, sensível
Arrisco um estender de mão, onde os intervalos dos teus dedos
Se entrelaçam nos espaços dos meus!
Ofereço-te os lábios, portas rosadas do pecado
Segura na (in)certeza de cair na tentação
Pára, avança, pára, avança… nesta constante corrida contra o tempo
Inventado e engolido nos segundos em que os meus olhos
Se perderam nos contornos da neblina dos teus.
Divino fascínio da alma, resoluta escritura lida em voz alta
E espalhada numa pauta escrita pelo vento
Senhor das horas perdidas, aquelas que fiquei a olhar o horizonte…
Deambulo…
Nos abraços sonhados e nunca dados!
Nos beijos desejados e nunca provados!
Esquecidas mentiras dissolvidas no futuro quebrado!
Esquecidas mentiras dissolvidas no futuro quebrado!
Oh lua branca! Redonda, que iluminas a alma dos poetas
Que nos silêncios da noite vagueiam na folhagem do mato!
Inspiração divina, que me banha o coração de luz!
Ajoelhe-se a luxúria entre os corpos amados
Perdida em suores e lânguidos orgasmos, no salgado ardor da paixão!
Essa, que se perdeu entre as tuas palavras soletradas ao ouvido
Cantadas em notas altivas, em forma de gemidos da alma…
Nos desejos, nas vontades, nas contradições que minam o pensamento
E o sangue percorre-me as veias em reboliço
Assalta-me o coração de dúvidas, e espasmos (in)constantes
Numa timidez ruborizada, que roça essa certeza de te querer!
8 de novembro de 2011
Sim, sou eu...
Sim, sou eu, aqui, e agora, sou sempre eu, profunda, nas palavras, nos sentires, nas descrições, na beleza com que desenho palavras nas mãos e as carimbo neste papel negro. Sim, profunda, provinda das profundezas do eu que procuro desde os primórdios dos tempos, sempre nas entrelinhas que digo e não digo, sempre emtre a ferrugem do tempo, porque tudo se reduz ao segundo que se vive ou deixa de viver.. Sim, sou eu, nas mesas onde me sento e na cama onde como a carne esquecida, deflorada nas eras antigas. Sim, sou a outra parte de mim, que ficou presa na outra encarnação, e que não quis vir dar o ar da sua graça neste chão frio que piso. sim, sou eu, aqui no agora, no ontem que fui, no amanhã que talvez seja, sou eu, nos buracos enquadrados na estrada esfarrapada do asfalto que teimo em trilhar. Sou eu, fonema sem som, peça descarrilada que encrava o mecanismo dos tempos. Ah!... Ventos de todos os lados, onde me rebento de dor, alusão sem fim neste espaço esguio, não alinhado pela moral das paredes inertes do passado. Quiça, serei eu, aquela alma que viajava no futuro procurando-me no passado já morto e enterrado debaixo das águas turbulentas que me regem a vida. Esta, escolhida nos trilhos do inferno, por um deus menor, eu que apenas rejo uma orquestra sem músicos, onde os sons apenas soletram as letras de uma pauta apagada, onde a terra se perdeu no caminho de ninguém, fugindo às (in)transigências continuas de um movimento parado da roleta russa, aquela de uma só bala, de apenas um tiro certeiro, o ponto final, numa estrada sem retorno, e sem fim, uma passagem leve por um rio que corre sempre sem parar, mesmo que o fundo se esgote na tinta de luz que carrego nos olhos. Espelho vidrado de reflexos inexistente. Rendição da misericórdia que a alma proclama além do céu, numa espécie de existência infinita a que estou presa, nó desatado de enlace apertado. Passeio-me nas lágrimas que se vertem das concavidades visuais, e transformo-me em sorrisos mortais. Sim, sou...a outra de mim!
31 de outubro de 2011
O acordar dos sentidos...
O misterioso encontro do olhar… directo, insistente, profundo…
Inocente provocação, insana indolência das portas do céu!
Abre-se o caminho incauto aos acordes seguintes
A devassidão da mente convida à dança… num jogo de sedução!
O olhar une… os sussurros soletrados em beijos ao ouvido
Embriagam o desejo ardente de querer mais, e mais...
Despe-se a vergonha no caminho que vai do ouvido à boca
E silenciam-se os gritos da vontade suprema de possuir.
Na sombra da noite contornos perfeitos de dois corpos nus.
Despidos das vestes… de preconceitos e pudores.
E ao som da música que toca sem cessar
É impossível travar a sofreguidão com que o anseio do toque avança
Aquele que cega e intensamente é sentido na ponta suave dos dedos…
Desenham-se círculos de prazer em perfeita sintonia
Arrepia-se a pele ao toque… lânguido, frenético das mãos, da língua
Que demoradamente percorre cada recanto, cada curva
Cada concavidade do corpo celeste, enterrando-se entre os quadris.
Soltam-se gemidos que rasgam os vazios do silêncio!
Em leves marcas, se acorda o gosto do perfume exalado
Disperso pelo espaço que os envolve e abraça.
Entre corpos rendida, a respiração cresce desmedida
Em espasmos ofegantes, numa onda de carícias de calor intenso
E do interior do ser… liberta-se toda a pureza das almas!
…
Plácida tranquilidade do sonho, onde se cruzam…
Os cinco sentidos… despertos pela luxúria e o amor!
23 de outubro de 2011
Labirinto da alma!
Fecho os olhos...
Embalo em nuvens de cetim e laços de veludo, no toque profundo
Dos sons, que acordam os rios que choram de mansinho
Sinto o sopro do vento no rosto, são teus beijos doces, meigos...
Desencanto da minha alma, desatino do meu desejar
Busca incessante com que engulo a vida de um só trago
Lágrima derramada no meu cálice
Pássaro ferido de um amor com sede de infinito
Vagueio nesses labirintos vazios, perdidos, distantes...
Vagamente iluminados pelas sombras
Da sedução da lua que caminha silenciosamente pela noite
Qual mariposa esvoaçante… que pousa levemente...
Em flores de prata, dança sensual de colibris de mil cores
Doce delírio conflituoso entre o ardor do desejo da carne
E a pureza da mente, enigma constante, puzzle (in)completo...
(in)decifrado das emoções encerradas no porão dos (des)encantos!
Ergo as mãos ao céu, e deixo cair entre os dedos a tinta...
Com que me visto de olhos fechados, pérolas que me adornam
Luxúria pura encarnada no êxtase do teu sonhar
Puro amor que tanto buscas encontrar, numa sede sem pudor
Sentida no arrepio da pele, leve pousar dos teus rosados lábios
Embala-me no teu mundo de sonhos...
Possui-me com tua luz, como braços que me enlaçam
A alma, entregue a ti… numa oferenda mágica,
Lapso de tempo, esse tormento insano de te querer pertencer
Fecha os olhos, viaja… e faz de mim tua amante!
9 de outubro de 2011
Delírios incendiados!
Presa à fome de ti (mim)!
O silêncio quente dos teus lábios
Abandona-se em murmúrios (ir)reais de ternura
Poesia ditada pelo teu olhar penetrante
Na escuridão tímida dos dias
Emoções cúmplices nos braços do son(h)o
Serenata cantada em meus ouvidos…
Loucura, excitação de ardor do vazio
O corpo contorce-se em catarses constantes
Na dificuldade lenta em respirar(-te)
Embriagado de paixão e dor
Em transgressões alucinadas, perdidas…
Na neblina do medo, na ilusão da dor
Buraco negro no peito, dorido
Doce (en)canto!
Explosivo acordar, desse mar agitado de desejos...
Insanos, perdidos em conchas perfumadas de delírios
Explosivo acordar, desse mar agitado de desejos...
Insanos, perdidos em conchas perfumadas de delírios
Confidências (in)confessadas
Promessas de carícias (in)finitas
Ferocidade indolente provocada pelo toque…
Da sombra dos teus dedos
Numa chama ardente de lágrimas e nostalgia
Despida de mim (ti)!
No leito da cama desarrumado…
Onde o impulso do teu olhar veste fascínio
Desejo, pecado, luxúria...
Onde vagueia a nudez obscena da lua
Em torneados de prazer de sexo ateados
Corpos (des)conectados na crescente intimidade
Em perfeita sintonia, num fogo incendiado!
24 de setembro de 2011
Bailo no sonho...
Rendo-me ao tempo!
Infinito rendilhado de cordas emaranhadas pela vida
Nos beijos que sinto nas profundezas da alma
Em linhas (in)certas, traçado perfeito
Dessa volúpia (des)concertada, tocada
Pelos nossos corações, palpitantes, desfalecidos...
Em gestos invisíveis, imaginados me entranço
Em palavras vagueio, que dizem tudo ao dizer nada
Perdida em contemplações do paraíso
Em buscas do amor puro!
Num silêncio gelado de tons escarlate
Abandono-me aos versos por ti declamados
Em olhares flamejantes de desejo
Divinamente escritos do outro lado do mundo
Acompanhas-me nos suspiros, nos lamentos...
Nesta paixão, aquela que nos aquece por dentro
E me(te) queima as entranhas mais fundaa
Perdição dos meus anseios e sonhos!
Trocamos confidências, segredos, devaneios...
Um sem fim de mistérios por desvendar
Enraizados no teu (meu) reduto mais intimo
Numa dança levemente sedutora
Como uma rosa acariciada pelo vento
E no escondido das noites iluminadas pela divina lua
Caminha o silêncio pelas estradas tortas da alma
Entoando uma canção vazia, do nada que somos...
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