13 de outubro de 2010

Reflexos!

Buscamos respostas nos silêncios que se entrepõem entre as formas singulares que nos cruzam os caminhos, desenhados na imaginação do olhar desperto, vivo e diferente a cada passo dado na nossa existência, tentamos arranjar desculpas para as nossas acções mais imperfeitas, mas raramente servem de consolo para a nossa (in)felicidade, tratamos o mundo por tu, como se se tratasse das linhas mal definidas das palmas vazias da nossas mãos, olhamos nos olhos dos desconhecidos que cruzam a esfera da nossa existência e perguntamos qual o nosso lugar no centro do mundo que é o nosso, pensamos sempre que nada nos pode atingir, somos invioláveis, impenetráveis como ilhas perdidas no meio do oceano, crateras secas de onde nada pode emergir, mas no fundo bem no fundo da alma, somos frágeis que nem cristal, que ao primeiro toque descuidado se estrilhaça no chão e se desfaz em mil minúsculos pedaços, dificeis de voltar a ser o todo que nos compôe, e a cada queda corresponde uma nova forma de pedaços colados, onde as fissuras se sentem num leve toque de dedos, onde os pingos de cola mal aplicada sobressaiem em relevos internos, voltando a partir pelas mesmos estilhaços num novo confronto com o futuro. Somos aos olhos dos outros o que os outros são para nós, reflexos de nós espelhados no olhar virtual dos nossos sentimentos, que se entrelaçam em nossa vida, pintados de cores claras, imperceptiveis aos olhares mais distraídos.

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