Ao som do ruído morno do mar
Ao longe gaivotas passeiam no ar
No horizonte a neblina
Caminha na minha direcção
Suavemente envolve-me em seus braços
Beija-me a face e incendeia a alma
Deixa em mim um cheiro de maresia
Agarrado nas mãos vazias de cores
Quentes de notas musicais
De repente, numa espécie de salto no tempo
Uma réstia dos raios frios do sol
De inverno aquecem-me a pele
E no rendilhado da espuma
Deambula um corpo
Cansado da frieza dos tempos
Do retorno ao passado
Do romper dos traumas, dos dogmas
Agarrados na pele, presos na ponta dos lábios
Que já nada sabem cantar
E se encerram em melodias tristes
Em monólogos a duas vozes
No romper da aurora
Quebra-se o silêncio dos pensamentos
Solta-se um grito do fundo da alma
Que se entrega ao mar de braços abertos
Peito desnudo, olhar inquieto
Na derradeira onda de salvação
4 comentários:
que poema lindo!
bjs
:)
Na turbulência das "ondas" ou nos salvamos ou nos afundamos..
Depende muito das forcas e das capacidades de cada um...
Sus..te desejo um dia bonito amanha e que sintas sempre uma enorme alegria de seres mulher..
E Se foram os homens que criaram o dia Mundial da mulher.. so o devem
ter criado por vergonha...
por tudo o que lhe fizeram no passado.......
Um beijinho e boa sorte sempre para Tudo....
Rui
Um poema intenso, que busca a libertação.
Sus,
Há momentos em que temos de ir mesmo ao fundo... este fundo não significa cair no abismo, mas sim um ir ao fundo de nós para nos libertarmos de tudo o que nos "atormenta".
Gostei muito e, sabes faz bem ir ao fundo desta maneira ;)
Beijinhos
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