8 de julho de 2011

Apenas e só... um lamento!

Ai lamento! No rasgo das minhas mãos trago a angústia, as feridas, a palidez de ser... girando em redemoinho, contra ventos tempestuosos e agruras sem fim, por mares, ribeiros e rios ainda não atravessados, e em pés descalços me banho nesse leito de silêncio. Semeio palavras, mimos, sorrisos... um sem fim de doces lamentos, numa terra infértil, onde caminho acompanhada apenas com a minha presença. Atravesso desertos, montanhas, picos e vales e é sempre a neve mais dura se que derrete no fundo da alma. Fujo sempre, fujo de mim... não importa! Apenas se fecha o pano no final do desenlace fatal, no derradeiro minuto contra todas as vontades, os vícios, os defeitos, que se levantam em prol duma inocência corrompida pela tortura de um amanhã ainda não vivido, de um passado já ido, amarrotado pelas horas mortas do dia. E são horas, as contas que me passam pelos olhos cegos pelo cansaço de tanto ver! Serei eu, ou só uma mortal caminhante na estrada ingrata e árdua da vida?!... Vivo na ausência dos sons que outrora povoaram a minha vontade, vivo por entre os dedos da razão que se fecha e se cala, vivo neste véu inocente de fantasia estonteante, vivo no fervor do sangue que me escorre por dentro, toco-me a alma gritante pela dor lancinante da escuridão... Sou um tudo feito de nada, das paredes apertadas nas entranhas do peito, habitante dos fantasmas da outra era, fruto dos batimentos cardíacos de um coração impuro que parou no tempo! Agora que as sílabas parecem fugir-me, que as letras se repartem por outras palavras, formam outros parágrafos, outros sentidos (res) e dão as mãos longe de mim, abraço-me a mim... Abro as mãos, e já não tenho nada! Ai lamento!...

3 comentários:

Sotnas disse...

Olá Sus, desejo que tudo esteja bem contigo!
Sempre que tenho sensações parecidas
penso que seja resultado dessa minha vontade de conhecer sempre amim próprio, e mesmo sabendo os meus limites me provoca certo receio imaginar o que serei capaz quando pressionado!

Gosto destes teus pensamentos escritos pois eles demonstram tua sensibilidade e habilidade em expor em palavras teus diversos sentimentos! O texto anterior também é muito bom e as imagens a encimá-los também são de belas e perfeitas escolhas. Desculpe a demora em aparecer por teu belo espaço, mas, é estranho quanto mais o tempo passa, mais dificuldade eu tenho em acompanhá-lo, ou seja, ainda não me sintonizei com este senhor de cada instante vivido!
E deveras agradecido eu desejo a você e todos ao redor intensa e feliz existência, abraços e até mais!

Sonhadora (Rosa Maria) disse...

Minha querida

Como as tuas palavras ecoaram dentro de mim...ai lamento...que se perde no silêncio de mim palavras que ficaram perdidas no fundo do tempo.
Voltando devagar e deixando um beijinho carinhoso.

Rosa

Anónimo disse...

tens-te a ti...e isso é o mais importante...


beijo

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