31 de outubro de 2011

O acordar dos sentidos...


O misterioso encontro do olhar… directo, insistente, profundo…
Inocente provocação, insana indolência das portas do céu!
Abre-se o caminho incauto aos acordes seguintes
A devassidão da mente convida à dança… num jogo de sedução!
O olhar une… os sussurros soletrados em beijos ao ouvido
Embriagam o desejo ardente de querer mais, e mais...
Despe-se a vergonha no caminho que vai do ouvido à boca
E silenciam-se os gritos da vontade suprema de possuir.
Na sombra da noite contornos perfeitos de dois corpos nus.
Despidos das vestes… de preconceitos e pudores.
E ao som da música que toca sem cessar
É impossível travar a sofreguidão com que o anseio do toque avança
Aquele que cega e intensamente é sentido na ponta suave dos dedos…
Desenham-se círculos de prazer em perfeita sintonia
Arrepia-se a pele ao toque… lânguido, frenético das mãos, da língua
Que demoradamente percorre cada recanto, cada curva
Cada concavidade do corpo celeste, enterrando-se entre os quadris.
Soltam-se gemidos que rasgam os vazios do silêncio!
Em leves marcas, se acorda o gosto do perfume exalado
Disperso pelo espaço que os envolve e abraça.
Entre corpos rendida, a respiração cresce desmedida
Em espasmos ofegantes, numa onda de carícias de calor intenso
E do interior do ser… liberta-se toda a pureza das almas!
Plácida tranquilidade do sonho, onde se cruzam…
Os cinco sentidos… despertos pela luxúria e o amor!

2 comentários:

Valentina Dark disse...

Suas poesias realmente me encantam!
Doces e belas palavras!
beijos...Valentina!

EXPEDITO GONÇALVES DIAS disse...

Sus, como sempre seus poemas trazem aquela sensibilidade de ser sensual sem ser carregado demais de luxúria. No ponto certo Muito bom!
Grande abraço!

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