3 de outubro de 2010

No silêncio...

Quando as palavras jorram como água dentro de mim e não encontram lugar para parar, volto aqui e deixo que fiquem quietas, silenciosas, paradas no tempo, sem dizer o que realmente significam… sinto-me mais viva que nunca, e no entanto estou a morrer por dentro, aos poucos como uma sombra que se esvai ao por do sol… cai a noite e ela condiz tão bem comigo, tão bem com o estado hipnótico e sombrio em que me encontro… levo anos a proteger-me do mundo, a curar feridas, e limpar cicatrizes e no dia em que decido abrir ao mundo uma parte de mim, ele vem provar mais uma vez as teorias já gastas pelo tempo, aquelas que nunca quis acreditar que existem, que nos tapam o entendimento e nos desfocam o olhar… quero voltar a ver a luz do dia como antes, como quando tinha a certeza de ser feliz dentro da minha solidão mansa, mas segura… transformaste a minha vida, encheste-me o olhar de incertezas certas… adoçaste um chá de limão como quem rega um jardim por florir e fugiste pelo horizonte da ilusão, assim de repente...
deixando um rasto de amargura...

1 comentário:

Luz disse...

São inúmeros os momentos de silêncio/solidão que nos assaltam quando um outro lado não se dá conta da transformação que operou na nossa vida e, nos fez acreditar naquilo que tanto desejamos e depois num ápice se transformou numa amarga ilusão..., e o que nos resta é ficar neste silêncio dorido até à alma.

Beijo da Luz

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