21 de junho de 2011

No balanço das horas...

De mãos dadas contigo (comigo)
Asas do meu pesar, sentir do meu desgosto
Poesia dos meus dedos, que nasce da nascente dos meus olhos
Corre comigo, de olhos vendados, no meio da escuridão
Sem pensar, sem questionar…
Entrega-te às mãos que te aquecem, que te resguardam do frio
Renascendo neste corpo cansado das quedas inevitáveis do tempo
Das nuvens que se fecham dia após dia
Que balaçam no inverno da tua caminhada
Esvai-se o tempo por entre os dedos, como areia viva
Nesta água com que te baptizo novamente
Solta-te das correntes amargas das sombras
E extingue a dor, o sofrimento, o vazio...
Dessas mãos que para ti se estendem
Deixa que a vida te lamba as feridas
Feche as cicatrizes, encerre os sonhos irreias
E te acalme o fervilhar do pensamento
Faz correr o sangue que te aquece a alma
Das cinzas do que fui e já não sou
Corre por entre espinhos da memória
Arvoredos rochosos da existência que te ferem
E trespassa de vez essas paredes apertadas da alma
Da clausura das (des)ilusões…
Sente-me apenas… no bater descompassado do coração
E caminha apenas a meu lado
No leve toque da translúcida mortalidade

2 comentários:

Fly disse...

very beautiful!

Anónimo disse...

Belo, puro dark romantic!


beijo

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