5 de novembro de 2010

Saudade

Quando a saudade nos joga no passado, abrindo feridas antigas e nos prende a respiração, riscando um traçado tão forte que é impossível deixar de sentir, esquecer o gosto amargo do que foi e já não é, e este nos engole sem resistência.
Quando a saudade nos assalta o pensamento e cava um buraco no peito, lá no mais fundo de nós, ficando um vazio sem medida, um nó na garganta  que nos amarra a voz e nos rouba a vontade de voltar a sonhar.
Quando a saudade é tão grande que não cabe mais no peito, preenchendo todo o espaço do corpo e se esvai em lágrimas silenciosas, que dilaceram o coração não sobrando espaço para mais nenhuma forma de sentir.
Quando a saudade deseja o que não é possível ter, quando se transforma em declínio dos dias que passam sem que possamos agarra-los mais, deixando vagarosamente passar o futuro, sem travão, sem freio, sem condução certa, como um barco, de velas rasgadas, à deriva no mar que se perdeu no meio da tempestade
Quando a saudade bate e não conseguimos nos livrar dela…

8 comentários:

justme disse...

Seja qual for o nome do teu blog a tua qualidade é inegável, será um prazer vir visitar-te aqui.
Bjs.

Menina do cantinho disse...

A saudade é um sentimento que nos alimenta a alma, porque não é possível sentirmos saudade de nada que não nos seja muito especial.
Pode e é dolorosa, mas por vezes necessária para compreendermos se já conseguimos curar certas feridas.

Beijinhos

Isa disse...

Justme,
Sê bem vinda! :)
Obrigado pelas palavras!

Beijos!

Isa disse...

Menina do cantinho,
Tenho de concordar com cada palavra tua. Só conseguimos sentir saudade de algo verdadeiramente especial, e a dor tem de ser curada com o tempo, temos de dar tempo.

Beijinhos de bom fim de semana

FM disse...

Sus,
Muito me agradou o teu comentário no meu blogue. De facto a Canção do Mar da Amália (posteriormente da Dulce Pontes) transmite uma energia indescritível. Arrepio-me só de ouvi-la.

Quando a saudade nos assalta, só há que reconhecer a falta que o objecto (ou pessoa) nos faz. E lembrá-lo(a). Porque se deixa saudade é BOA!

Continuação de bom fim-de-semana

Penélope disse...

Quando a saudade bate e não consigo me livrar dela, eu choro copiosamente até doer-me as retinas e salgar toda a pele do meu rosto...
Daí percebo que estou viva e só me resta seguir em frente, com a saudade cravada no peito.
Eu sinto saudade de tudo... até da própria saudades, Angel.
A ausência sempre estará perdoada, porque a VIDA é corrida para todos.
Grande abraço

Isa disse...

FM,

As palavras não são nada comparativamente com o arrepio que essa canção provoca ao ouvi-la, daí não poder deixar de comentar.

Mesmo doridas as saudades são sempre boas de sentir, significa que são de algo que aconteceu, e que é digno de se lembrado.

Isa disse...

Malu,
Eu também sinto saudades, principalmente do que vale a pena ser recordado.

Beijinhos

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